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União quer manter Juscelino, indiciado e sob pressão, no governo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Líderes do partido no Congresso reforçam a defesa do ministro, defendem permanência e dizem que sigla entrega votos ao Planalto

O ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho, pressionado por petistas para uma possível saída depois de ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de participação em organização criminosa e crime de corrupção passiva, tem amplo apoio dentro do seu partido, o União Brasil. Desde quarta-feira (12/6), quando foi indiciado, o chefe da pasta ganhou defesa conjunta dos líderes do partido dentro do Congresso Nacional, que defendem sua permanência no cargo.

Família Bolsonaro silencia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e filhos silenciaram nas redes sociais sobre o indiciamento do ministro. A família, principal opositora da gestão petista, não usou o episódio para comentar negativamente sobre o governo Lula. Um dos motivos que explicam o silêncio é que os crimes teriam sido cometidos no período da gestão do ex-chefe do Executivo.

Investigação da PF a ministro de Lula

Polícia Federal (PF) indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), por suspeita de participação em organização criminosa e crime de corrupção passiva.

As suspeitas envolvem desvios de, no mínimo, R$ 835,8 mil referentes a obras de pavimentação custeadas com dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

A investigação tinha, inicialmente, o objetivo de apurar possíveis desvios em obras da Codevasf, em especial as executadas pela empresa Construservice, cujo sócio oculto, de acordo com a PF, é o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP.

Para a PF, as mensagens analisadas no inquérito reforçam a “atuação criminosa de Juscelino Filho” e demonstram que a “sua função na Orcrim (organização criminosa) era conhecida por todos os membros” do suposto grupo chefiado por Eduardo DP.

Desvio de dinheiro

Ao longo das diligências, a PF mapeou três caminhos utilizados pelo ministro Juscelino Filho para desviar cerca de R$ 835,8 mil de contratos da Codevasf: pavimentação de estrada, que beneficiava as propriedades dele; indicações de pagamentos a terceiros; e contratação da empresa Arco, que a Polícia Federal suspeita ser do próprio Juscelino.

O ministro Juscelino Filho respondeu às acusações em nota divulgada à imprensa. Segundo ele, o “indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”.

O ministro das Comunicações afirmou, também, que confia na Justiça. “A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário”, afirmou.

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