Por – Ataíde Santos
Tivemos mais um embate entre professor e militar em sala de aula. Alunos das escolas públicas do Distrito Federal que não têm um equipamento educacional de padrão internacional (FIFA?), são expostos a esse embate entre profissionais da educação e de segurança pública.
Que sejam criadas escolas militares, que o façam, tantas quantas a vontade política e os recursos do Estado permitam. No entanto, empurrar de goela abaixo militares que não têm o perfil de professor e interferir em salas de aulas em assuntos que em princípio não têm aptidão, soa minimamente como desrespeito as crianças e jovens que estão ali sujeitas a esse “descaso”.
Quando foi iniciado o atual modelo militarizado de “educação” pelo governador Ibaneis Rocha, creditei a sua decisão à inexperiência política e o desejo de “agradar” ao atual presidente da república Jair Bolsonaro.
Ibaneis Rocha é famoso advogado , ex- presidente da OAB –DF e sua estreia na política foi exatamente como candidato ao cargo que hoje ocupa, de governador do Distrito Federal. Durante a campanha usou toda sua verve , lapidada nos tribunais do judiciário nacional. Elegeu-se com larga margem de votos. Apesar disso lhe, falta-lhe experiência política. Que acredito rapidamente irá adquirir posto que como dito, é de inteligência rara e acredita que para si não existe limite e que chegará aonde quiser.
Em outubro do presente ano, Bolsonaro vetou integralmente projeto de lei que levaria psicólogos e assistentes sociais às escolas . Por obvio, se entende a atitude do presidente da república, no entanto tal gesto tomado por Ibaneis Rocha não casa muito bem. Oriundo de família pobre do nordeste e tendo galgado ao mais alto posto na organização política do Distrito Federal, por certo conhece o que é o viver das diversas camadas sociais.
Qualquer estudo sobre o tema dá conta que a grande maioria dos que se encontram no universo da violência, são originária de famílias desestruturadas, onde os pais também têm origem em famílias desorganizadas. Isso tem nome e sobrenome: Transgeracionalidade, processo onde os filhos repetem os pais num círculo vicioso que muito raramente será quebrado.
Com a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas, seriam identificadas as pessoas “problemáticas” e sua origem. As famílias e sua prole, assistidas pelo estado poderiam em médios e longos prazos, com a intervenção do Estado, encontrarem uma saída da roda viva onde estejam.
Identificar o problema, dá ao Estado a obrigação moral de encontrar a solução e agir. Mas isso significa melhoria na vida dessa população.
Para resolver o problema do estudante violento, há de se resolver os problemas de violência doméstica com mais emprego e assistência e o cumprimento das normas constitucionais sobre o assunto.
Ou será mais fácil reprimir na escola? O mais conveniente seria educar e não reprimir.
Com a palavra, suas excelências…
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