Quem são os outros participantes?
Uma candidata a deputada federal pelo PSL de São Paulo chamada Naomi Yamaguchi – foi ela quem pediu a reunião.
Uma empresária chamada Sílvia Fernanda Moura de Andrade, dona de uma fábrica de cosméticos em Itapetininga, interior de São Paulo – e de uma página de extrema direita no Facebook (que surpresa) chamada Adeus PT.
E um sujeito chamado Marcus Tadeu Quarentei Cardoso, vereador em Itapetininga pelo PSDB, que na urna usou a profissão de delegado para abocanhar votos da extrema-direita.
Ninguém, como se vê, com currículo de educador.
Yamaguchi, a responsável pelo encontro, fez parte da equipe de transição do ex-ministro Ricardo Vélez, mas é formada em administração de empresas. Em um simpósio sobre escolas cívico-militares sediado na Câmara dos Deputados, em abril passado, ela disse ter conhecido o Método Cingapura em 2014 e descoberto o que o governo do país asiático “quer para os seus alunos”: a lista inclui valores como disciplina, lealdade e orgulho patriótico. A bobajada de sempre.
Não encontramos, igualmente, nenhuma qualificação educacional de Silvia Andrade ou de Marcus Tadeu. O vereador virou notícia em setembro do ano passado por outro motivo: teria autorizado cultos religiosos noturnos em um cemitério de Itapetininga sem aval da prefeitura.
Perguntamos ao MEC, via Lei de Acesso à Informação, porque o nome de Fakhoury foi retirado da agenda do ministro, qual a qualificação e a documentação entregues pelos proponentes do Método Cingapura, toda e qualquer apresentação feita por eles e a ata da reunião. Queremos saber se as pessoas que estão vendendo métodos educacionais ao governo entendem de… métodos educacionais.
Enquanto a resposta não vem, vamos deixar a imaginação preencher nossos dias em pensar que essa gente desqualificada (literalmente desqualificada) está vendendo algo que não conhece para os amigos do governo. A mamata, senhores. A mamata. |
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