Micro e pequenas empresas responderam por R$ 17,3 bilhões das compras públicas apenas no primeiro semestre deste ano
Entre os produtos licitados pela administração pública, destacam-se alimentos para merenda de escolas públicas, medicamentos e insumos hospitalares para o SUS (Sistema Único de Saúde), além de equipamentos da área de tecnologia. Os números coletados pelo Sebrae apontam para um crescimento constante da participação de microempreendedores individuais (MEIs) e micro e pequenas empresas no mercado de compras públicas nos últimos anos.
O valor de contratos firmados saltou de R$ 24,8 bilhões em 2019 para R$ 42,4 bilhões em 2022, demonstrando um aumento significativo na relevância desse setor no cenário nacional. Dos 566 mil fornecedores do governo, o setor de pequenos negócios corresponde atualmente a 66,8% do total. >>> Brasil dará resposta sobre acordo Mercosul-UE em ‘duas ou três semanas’, diz Lula
Ouvido pela reportagem, o presidente do Sebrae, Décio Lima, atribui o crescimento a um processo de inclusão aliado ao aumento da demanda, o que aponta para a possibilidade de um crescimento ainda maior nos próximos anos. Ele acredita que “os programas que estão sendo retomados no governo Lula vão aumentar a presença dos micro e pequenos empreendedores no alcance do grande espectro da economia brasileira”.
De janeiro de 2019 a junho de 2023, foram homologados R$ 569,2 bilhões em processos licitatórios para empresas de todos os portes. Desse montante, R$ 145,2 bilhões foram direcionados aos pequenos negócios, representando cerca de 26% do total em compras públicas, incluindo governos municipais, estaduais e federais. Dos contratos firmados, R$ 51,9 bilhões foram efetivamente adquiridos no intervalo de análise pelas três esferas de governo, dos quais R$ 7,9 bilhões foram destinados às pequenas empresas.
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“O tema das compras governamentais é visto como crucial para o Brasil nas negociações do acordo Mercosul-UE, pactuado em 2019 pela então gestão de Jair Bolsonaro (PL). Isso porque o atual governo considera o mecanismo um instrumento para poder exercer suas políticas públicas voltadas ao desenvolvimento e à redução de desigualdades”, ressalta a reportagem.
Na quarta-feira (19), em Bruxelas, o presidente Lula ressaltou que as compras governamentais são um instrumento de desenvolvimento