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É possível educar as pessoas contra o etarismo

ago 22, 2023
Etarismo: programas mostram que indivíduos se mobilizam contra o preconceito quando são conscientizados — Foto: Claudemil Moraes para Pixabay

Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro

A Comissão de Direitos Humanos da Austrália decidiu agir. Também havia produzido estudo que mostrava que 90% dos australianos concordavam que havia etarismo no país e 83% avaliavam que se tratava de um problema sério. Mais: dos entrevistados, 63% tinham sido vítimas de ageísmo nos últimos cinco anos. A entidade promoveu um seminário de duas horas e meia, com 329 pessoas, durante o qual as crenças e percepções que vigoram sobre o envelhecimento eram discutidas – e acabavam sendo postas em xeque.

O resultado? Bastou uma sessão para 90% dos participantes afirmarem que tinham repensado a forma como se comunicavam com os idosos. Outros 87% passaram a discutir o assunto em seu círculo de amigos e 86% pensavam em propor alguma ação no ambiente de trabalho. Ao todo, o grupo, composto por assistentes sociais e cuidadores profissionais, respondeu a três questionários: o primeiro antes do seminário; o segundo logo após sua realização; e o terceiro três meses depois do evento.

No estado norte-americano do Colorado, um programa similar intitulado “Changing the narrative” (“Mudando a narrativa”) alcançou resultados animadores: 94% dos participantes declaravam ter aumentado seu conhecimento sobre as diversas formas de etarismo; 95% se consideravam mais preparados para identificar e intervir diante de uma situação de preconceito; e 92% pretendiam pôr em prática o que haviam aprendido.

Os números são modestos, mas indicam que conscientizar as pessoas faz diferença. No entanto, educar não basta: as políticas públicas devem promover a inclusão de idosos, protegê-los e fortalecer a convivência entre gerações.

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