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Grupo neonazista identificado pela Abin organizou fórum com a Nova Resistência, ligado ao PDT

Raphael Machado em amarelo com Álvaro Hauschild ao lado de Dugin. Foto: Reprodução

DCM obteve capturas de tela que mostram a relação do grupo com a NR

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) detectou que grupos neonazistas e de supremacistas brancos em aplicativos de mensagens tentaram se associar a movimentos gopistas nas eleições de 2022. Um deles é identificado como “Resistência Sulista 1 Divisão” e foi criado no Telegram em 3 de outubro de 2022, mas as primeiras publicações só se deram em 30 de outubro de 2022.

Outro é identificado como “Sul Independente Milícia” e, segundo o órgão, “difunde imagens com estética e teor associados ao neonazismo aceleracionista”. Um terceiro é chamado de “Soldati Della Luce”(Soldados da Luz), que se autodescreve como “milícia digital” e foi criado em 31 de outubro de 2022 defendendo abertamente a raça branca e contra o Ministério da Igualdade Racional no governo Lula.

Dos três grupos, o Sul Independente Milícia do Paraná compartilhou informações de uma organização mais antiga chamada “Resistência Sulista”, do Rio Grande do Sul, revelam prints enviados ao DCM.

Mensagens do Sul Independente Milícia obtidas pelo DCM
Mensagens do Sul Independente Milícia obtidas pelo DCM. Foto: Reprodução

Resistência Sulistas já existia antes dessas mensagens no Telegram e chegou a organizar um fórum em Porto Alegre com outro grupo que se descreve como “nacionalista”: a Nova Resistência, que tem penetração no PDT e leva ideias de extrema direita ao partido, exaltando figuras como o extremista russo Aleksandr Dugin e seu seguidor, o ex-ministro Aldo Rebelo.

Raphael Machado, um dos representantes da NR, esteve em eventos públicos com Dugin, pensador que foi trazido ao Brasil por Olavo de Carvalho, e com Álvaro Hauschild, que era da Resistência Sulista.

Veio a público a denúncia de que ele mandava mensagens para uma estudante branca, que namorava um estudante negro, fazendo comentários sobre o relacionamento. As mensagens eram que ele “exala um cheiro típico”, “tem um cérebro programado para fazer o máximo de filhos que puder” e que “pode não ser um problema lá onde a natureza dá cabo deles”.

O escândalo envolvendo o nome Hauschild provocou o desligamento dele do grupo Resistência Sulista.

A manifestação preconceituosa do Sul Independente Milícia ocorreu no mesmo período que manifestantes bolsonaristas fizeram uma saudação nazista em São Miguel do Oeste, no mesmo estado.

Esses atos extremistas no Telegram também foram denunciados na mesma época pela falecida pesquisadora Adriana Dias, que foi a maior especialista em neonazismo no Brasil. “A célula original é em Descanso – Santa Catarina. Montaram um grupo no telegram. Não entrem no grupo. Não tentem investigar. Não se arrisquem”, alertou ela nas redes sociais.

 

Em maio de 2023, uma operação da Polícia Civil de Santa Catarina que apreendeu materiais de apologia nazista, de cunho preconceituoso e fascista no Paraná desse grupo. A investigação foi iniciada ainda em 2022, sobre autoria de cartazes espalhados na cidade de Descanso.

O delegado Osnei Valdir de Oliveira passou a investigar a autoria de cartazes espalhados em diversos locais da pequena cidade com mensagens contra a população LGBTQIA+ e a favor do movimento separatista do Sul do Brasil. Agora a Abin fecha o cerco contra esses grupos que atuaram no Telegram tentando deslegitimar a eleição de Lula.

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