Criminosos enganavam e mantinham as vítimas, muitas vezes fiéis de suas igrejas, acreditando que eram escolhidas por Deus para receber “bênçãos” bilionárias
A investigação revela que os suspeitos operavam como uma rede criminosa altamente estruturada, com uma divisão clara de tarefas, focada na prática de diversos crimes, como falsificação de identidade, lavagem de dinheiro, evasão fiscal e fraudes através das redes sociais, informa o Metrópoles. As vítimas eram persuadidas a investir dinheiro sob a promessa de lucros astronômicos no futuro.
Essa ação é conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot), vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).
Este golpe é considerado um dos maiores já investigados no Brasil, pois afetou pessoas de diversas classes sociais e em quase todos os estados do país, com mais de 50 mil vítimas estimadas.
Os suspeitos mantinham empresas fictícias, fingindo ser instituições financeiras digitais com um alto capital social declarado. Para dar a aparência de legalidade às operações financeiras, eles assinavam contratos fraudulentos com as vítimas, prometendo valores surreais provenientes de títulos de investimento inexistentes que alegavam estar registrados no Banco Central do Brasil (Bacen) e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Em dezembro do ano anterior, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um suspeito envolvido no esquema, que utilizou documentos falsos em uma agência bancária em Brasília, simulando ter um crédito de aproximadamente R$ 17 bilhões. No entanto, mesmo após essa prisão em flagrante do principal influenciador digital da organização criminosa na época, o grupo continuou a aplicar golpes.
Além do Decor, outros órgãos, como o Departamento de Polícia Especializada e as Polícias Civis dos estados de Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, participaram da operação. Os indivíduos envolvidos poderão enfrentar acusações que variam de acordo com seu grau de participação no esquema, incluindo estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes fiscais e participação em organização criminosa.