No fim de setembro, a equipe farmacêutica produziu mais um lote do gel de baleeira, uma planta medicinal brasileira com capacidades anti-inflamatórias e analgésicas. O medicamento é indicado para alívio de dores associadas a músculos e tendões, como artrite e artrose, e encaminhado para as gerências de saúde da Região Norte do DF, que definem para quais unidades básicas de saúde (UBSs) serão destinados.
Alívio de dores
O gel é produzido em etapas seguindo tecnologia estipulada por diretrizes nacionais e distribuído em frascos. Na última leva, foram fabricados 240 frascos do gel, cada um com 30 g – totalizando mais de 7 kg do medicamento. A cadeia produtiva envolve diversas pessoas – desde quem colhe as folhas nos hortos até a equipe da farmácia, que produz o medicamento. As folhas da erva-baleeira que dão origem ao gel são colhidas nos hortos da SES.
“Às vezes conseguimos tratar doenças que não precisam da complexidade de um medicamento químico, mas que são resolvidas com um chá”Isabele Aguiar, chefe do Núcleo de Farmácia de Manipulação do Cerpis de Planaltina
A erva-baleeira também pode ser ingerida na forma de chá e no extrato seco, em cápsula, com a mesma atividade farmacológica (anti-inflamatória e analgésica). Nesse caso, é uma estratégia para cólicas menstruais, fibromialgia, artrite e artrose. As três formas farmacêuticas estão disponíveis no Brasil, mas apenas o gel e as folhas secas são entregues pelo Cerpis.
“Nós fabricamos para atender a demanda da comunidade assistida”, explica a chefe do Núcleo de Farmácia de Manipulação do Cerpis de Planaltina, Isabele Aguiar. “É uma planta que auxilia no alívio dos sintomas de dores crônicas.”
Acolhimento e triagem
A Farmácia Viva da região administrativa é pioneira no DF e completa 40 anos de existência neste ano. Além dos medicamentos, também distribui plantas in natura, tanto em folhas frescas quanto em mudas. “A população sabe que esse lugar é dela e que ele existe por isso”, afirma Isabele. “É um resgate da cultura e do saber das pessoas. Com as plantas, conseguimos unir o que é tradicional, popular, com o uso científico.”
Há 11 anos atuando na farmácia de Planaltina, Isabele atenta: “O acesso às plantas de forma segura, em que a pessoa sabe que as questões de saúde serão tratadas, é muito importante. Às vezes conseguimos tratar doenças que não precisam da complexidade de um medicamento químico, mas que são resolvidas com um chá”.
Além dos fitoterápicos, o Cerpis de Planaltina oferece atividades integrativas para a comunidade. “Como qualquer unidade básica de saúde, é uma porta de entrada”, esclarece a gerente da unidade, Daniele Amaro. “Qualquer usuário, atendido ou não pela rede privada, é acolhido, triado e direcionado ao que precisa, dentro do que oferecemos.”
Existem duas unidades da Farmácia Viva no DF: uma em Planaltina e outra no Riacho Fundo. Ambas seguem os protocolos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e da Resolução n° 886, de 20 de abril de 2010, que estipula que as farmácias vivas devem realizar as etapas de cultivo, coleta, processamento e armazenamento de plantas medicinais.
Os fitoterápicos disponíveis na rede pública de saúde são padronizados pelo Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira, da Anvisa, e foram definidos conforme o perfil epidemiológico do DF. A população pode retirar o medicamento gratuitamente mediante apresentação de prescrição, em duas vias, e documento pessoal.
Unidades distribuidoras de fitoterápicos
→ UBS 1 da Candangolândia
→ UBS 1 da Estrutural
→ UBS 1 do Guará I
→ UBS 3 do Guará II
→ UBS 4 do Lucio Costa
→ UBS 1 do Núcleo Bandeirante
→ Farmácia do Instituto de Saúde Mental do Riacho Fundo
→ UBS 1 do Riacho Fundo
→ UBS 1 do Riacho Fundo II
→ UBS 2 do Gama
→ UBS 5 do Gama
→ UBS 2 do Recanto das Emas
→ UBS 4 do Recanto das Emas
→ UBS 2 de Samambaia
→ UBS 3 de Samambaia
→ UBS 4 de Samambaia
→ UBS 5 de Taguatinga
→ UBS 6 de Taguatinga
→ UBS 8 de Taguatinga
→ UBS 1 de Santa Maria
→ UBS 1 de São Sebastião
→ UBS 1 de Sobradinho II
→ Centro de Práticas Integrativas de Planaltina.