“É um dos programas mais bonitos da Codhab, porque é uma revolução muito positiva na vida da pessoa. É um programa que resgata a dignidade de quem está morando naquele local, e nos dá muita satisfação visitar e ver a alegria dos familiares após a entrega”
Marcelo Fagundes, diretor-presidente da Codhab
Desde que foi instituído, há quatro anos, , o Melhorias Habitacionais transforma vidas de famílias em vulnerabilidade social. Ele possibilita que os moradores tenham acesso a projetos e obras de reforma ou reconstrução residenciais. Com a atuação de assistentes sociais, arquitetos e engenheiros da Codhab, são promovidas melhorias estruturais nas residências contempladas para garantir qualidade de vida e segurança aos moradores.
“É um dos programas mais bonitos da Codhab, porque é uma revolução muito positiva na vida da pessoa. É um programa que resgata a dignidade de quem está morando naquele local, e nos dá muita satisfação visitar e ver a alegria dos familiares após a entrega”, defende o diretor-presidente da companhia, Marcelo Fagundes.
As 174 residências reformadas ou reconstruídas pelo Melhorias Habitacionais beneficiaram famílias de São Sebastião, Estrutural e Sol Nascente.
Os limites financeiros para as obras foram ampliados, seguindo a alta nos preços do material e da mão de obra após a pandemia. “Neste ano, nós ampliamos os valores da reforma de R$ 35 mil para R$ 50 mil e, no caso de reconstrução, o valor subiu de R$ 75 mil para R$ 100 mil. Com esse novo limite, a gente consegue atender de forma ainda mais ampla essas famílias”, detalha Fagundes.
“A gente encontra, muitas vezes, casas sem banheiro. Tudo o que uma pessoa quer é ter um local para fazer as suas necessidades. Ver a realização desse sonho, de dar dignidade a essas pessoas, isso é muito gratificante. Eu, como assistente social, amo poder fazer parte dessa mudança na realidade de quem mais precisa. A pessoa não demonstrava nenhuma feição de felicidade. Hoje, ela sorri, chama visitas e tem orgulho de receber gente em casa”, pontua a assistente social da Codhab, Marilurde Lago.
A pessoa contemplada pelo programa participa ativamente de todas as etapas, aprovando ou dando sugestões de plantas que poderiam ser mais funcionais para a necessidade dos moradores. “A família é uma parte importante do processo. Eles analisam, aprovam e dão sugestões também. A gente procura, de uma maneira simples, justificar aos moradores as ações que colocamos no projeto para que eles entendam também”, explica Fabiana Gonçalves, uma das arquitetas do programa.
Mais segurança
Para ser contemplado com o programa Melhorias Habitacionais, o interessado precisa comprovar que o local a ser reformado ou reconstruído apresenta sinais de insalubridade e/ou insegurança. Ao se lembrar de como era a rotina vivida com o filho pequeno entre chapas de madeirite, Dinalva se emociona com os momentos difíceis que eles superaram sozinhos.
“O banheiro da nossa casa era do lado de fora. Teve uma vez, de madrugada, que eu cheguei a encontrar com um bandido se escondendo da polícia dentro do meu banheiro. Foi desesperador. Já entraram na minha casa 14 vezes. Eles sempre levavam meus pertences e as coisas que eu comprava para o meu filho”, lembra.
Outra situação comum com que Dinalva precisava lidar era com relação às infiltrações. No período chuvoso, a água invadia a casa e, aos poucos, os materiais ficavam desgastados e podres com a alta umidade.
“Eu senti uma alegria sem fim ao ver o madeirite saindo para dar espaço à alvenaria. Naquele momento, vendo que eu não teria condição alguma de fazer aquilo e vendo que o meu sonho estava sendo construído, um sentimento forte tomou conta. Eu agradeci demais a Deus. Chorei! Agora eu posso dizer que eu tenho uma casa”, comemorou.
Hoje, Dinalva conta com uma casa de dois quartos, banheiro, sala de televisão e de jantar, cozinha e área de serviço, além de um espaço mais seguro. “A obra foi uma demolição completa. Era totalmente precária, a parte elétrica… O telhado era totalmente inadequado, com muitas trincas. A chuva em contato os madeirites causava mofo. Havia risco de curto-circuito também”, detalhou o arquiteto responsável pelo projeto de Dinalva, Leandro Fernandes.
“O meu cantinho predileto aqui é o meu quarto e o banheiro. É uma sensação muito boa”, revelou Dinalva. Para homenagear o responsável pela realização do seu maior sonho, ela pediu para que fosse feito um desenho na parede com as cores da marca da Codhab. “Procurei alguma coisa que fizesse lembrar quem realmente tinha me abençoado: Deus e a Codhab.”
Tudo novo
Assim como Dinalva, a aposentada Divina Maria de Jesus, 66, também realizou o sonho da reconstrução da sua casa, em São Sebastião. Com o programa Melhorias Habitacionais, ela ganhou a sala de estar que sempre quis para receber familiares e amigos. Além da sala, dona Divina também conta com cozinha ampliada, telhado novo, piso de cerâmica, forro PVC no banheiro e quarto, esquadrias nas portas e janelas e textura aplicada em todos os ambientes internos.
“Na minha vida, eu recebi duas bênçãos. Uma foi a aposentadoria, e a outra foi a reforma da minha casa”, disse, emocionada. Antes das obras, o local era resultado de um improviso feito entre os filhos para terem onde morar, há 20 anos. De lá para cá, nenhuma reforma havia sido feita na casa. A fiação elétrica estava danificada, a estrutura hidrossanitária precária e o telhado da casa era insuficiente.
Durante anos, dona Divina não recebeu visitas em casa por vergonha das dependências, o que logo mudou após a reforma. “Toda vez que me perguntavam o que eu mais queria, eu dizia que era uma sala decente. Eu só queria um lugarzinho para receber as pessoas. Agora que está tudo reformado, minha casa vive cheia. Tem churrasco no fim de semana e toda comemoração é aqui também”, compartilhou.
Critérios do programa
Devido às restrições durante a pandemia de covid-19, o programa atende, atualmente, os beneficiários inscritos nos anos anteriores. Por isso, as inscrições para novos participantes em 2023 ainda estão suspensas.
O Melhorias Habitacionais é voltado para famílias com renda mensal de até três salários mínimos e moradoras do DF há pelo menos cinco anos em áreas próprias de interesse social regularizadas ou passíveis de regularização. Também são critérios não possuir outro imóvel e apresentar problemas de salubridade ou segurança na casa.