Como evitar choques de divisões armadas
Quantas divisões tem o papa? – perguntou em 1935 a título de anedota Joseph Stalin, o todo-poderoso czar da Rússia Soviética, a Pierre Laval, então ministro de Negócios Estrangeiros da França.
Laval tentava assinar um pacto de não agressão franco-soviética, buscando se defender de um eventual ataque da Alemanha de Hitler, e dizia que o papa Pio XII seria capaz de abençoá-lo.
Daí o gracejo de Stalin que, se aplicado ao Supremo Tribunal Federal, Lula jamais repetiria para não arranjar confusão. E por saber também que precisa da ajuda da toga para governar.
A proposta nasceu em berço bolsonarista e contou com o voto do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Acredite quem quiser que Lula foi pego de surpresa pelo voto de Wagner.
Então contou a ministros com os quais se reuniu no mesmo dia o que hoje anunciará ao país: a indicação de Flávio Dino para o Supremo e a de Paulo Gonet para procurador-geral da República.
Mas para evitar que o PT emplacasse seu candidato, Jorge Rodrigo Messias, atual advogado-geral da União, Gilmar migrou a tempo para a candidatura de Dino e venceu a parada.
Lula tem sido pródigo em afetos ao Senado. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica estava paralisado desde o início do mês à espera de quem preenchesse suas quatro vagas.
Levi entrou na lista por ser um nome apoiado pelos ministros Alexandre de Moraes e Dino. Atualmente, Levi ocupa o cargo de secretário-geral da presidência do Tribunal Superior Eleitoral.
De volta à PEC que limita decisões monocráticas dos ministros do Supremo: ela será votada pela Câmara, presidida pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Lira está em débito com Gilmar Mendes.
Em agosto, Gilmar anulou as provas que tornaram Lira alvo de investigação sobre fraudes em licitações relacionadas ao fornecimento de kits de robótica para escolas de Alagoas.