O ano de 2023 foi marcado por fenômenos climáticos extremos em todo o Brasil, como secas extremas e chuvas intensas
A combinação de fenômenos naturais e alterações nos padrões climáticos podem trazer desafios para toda a população brasileira este ano. Especialistas que explicam que os próximos meses devem ser marcados por altas temperaturas e mudança nos regimes de chuvas de algumas regiões, causados pelo fim da passagem do El Niño e começo da La Niña.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), o El Niño deve durar até meados de abril deste ano, quando deve atingir o seu pico.
O professor da UFRGS esclarece, no entanto, que devido ao aumento das mudanças climáticas esse período de neutralidade talvez não esteja tão definido. O que pode causar uma alteração no índice de chuvas registradas no Brasil ao longo do ano.
“A expectativa de neutralidade pensando em Brasília, no Centro-Oeste do Brasil, seria ter temperaturas amenas para esta época do ano [inverno], como o esperado, e obviamente um período de estiagem típica, não uma estiagem severa como aconteceu nos últimos três, quatro anos”, complementa Francisco Aquino.
Altas temperaturas
Um relatório divulgado pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, nessa terça-feira (9/1), revela que a temperatura de 2023 ficou 1°C acima do nível pré-industrial de 1850 a 1900. O documento acrescenta ainda que durante metade do ano passado as temperaturas ultrapassaram 1,5ºC.
“É importante ressaltar que independente do El Niño, o aquecimento global continua aumentando e sabemos que em um mundo mais quente, a tendência geral é de aumento de frequência e intensidade de eventos extremos”, destaca Karina Lima.