Encontro ‘Aquilombar’ busca promover valorização da cultura e tradições. Entre atividades, grupo faz marcha até Congresso Nacional.
Por Marcella Rodrigues, g1 DF
O termo quilombola é usado para identificar aqueles “remanescentes de comunidades dos quilombos”. Entre os séculos XVI e XIX, os quilombos foram criados por pessoas escravizadas que fugiam do regime de violência imposto pela escravização (saiba mais abaixo).
Entre as atividades, os participantes do Aquilombar fazem uma uma marcha até o Congresso Nacional. De acordo com a Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), o ato deve reunir 5 mil pessoas.
Quem são os quilombolas
População quilombola no Brasil: saiba os principais dados do Censo 2022
Quilombola é um termo usado para identificar aqueles “remanescentes de comunidades dos quilombos”. Os quilombos eram espaços de liberdade e resistência criados para abrigar pessoas escravizadas.
Cem anos depois da abolição da escravidão, a Constituição de 1988 criou a nomenclatura “remanescentes das comunidades dos quilombos”. Foi definido que pessoas que ocupavam essas terras deveriam ter reconhecida a propriedade definitiva do espaço, “devendo o Estado emitir-lhes títulos respectivos”.
Ao longo do tempo, a expressão usada na Constituição foi sendo substituída pelo termo “quilombola”.
Brasil tem 1,3 milhão de quilombolas
Território Kalunga, a maior comunidade quilombola do Brasil — Foto: Fábio Tito/g1
O Brasil tem 1,3 milhão de pessoas que se autodeclaram quilombolas. É o que mostram dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Alcântara (MA) – 84,57%
- Berilo (MG) – 58,37%
- Cavalcante (GO) – 57,08%
- Serrano do Maranhão (MA) – 55,74%
- Bonito (BA) – 50,28%
‘Ancestralizando o futuro’
O objetivo do Aquilombar, que tem como tema “Ancestralizando o Futuro”, é promover a valorização da cultura e as tradições quilombolas. As atividades do evento estão concentradas no Eixo Cultural Ibero-americano, antiga Funarte.
Na programação, palestras, feira temática quilombola, oficinas, performances culturais e rodas de conversa. Um dos debates é a representatividade dos quilombolas no cenário político brasileiro.
“É um ato coletivo de expressão e reivindicação para efetivação de políticas públicas, tais como titulação dos territórios quilombolas, educação quilombola, saúde, moradia e outras políticas públicas que garatam a inclusão social dos quilombos do Brasil”, diz Maria Rosalina, coordenadora executiva da CONAQ .