Mãe diz que morte de bebê após parto no DF foi negligência médica
Uma família denuncia a morte, no último dia 17, de uma neném recém-nascida por complicações causadas durante o trabalho de parto no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no Distrito Federal. Aurora tinha apenas 3 dias de vida.
Isadora Cristina de Sousa, mãe da bebê, registrou uma reclamação na ouvidoria do GDF porque, segundo ela, uma médica da equipe assumiu a responsabilidade pela demorada para realizar o parto. Apesar de ter recomendação profissional, jovem só passou por cesárea mais de uma semana depois (veja detalhes abaixo).
“Ela veio até mim, me abraçou, pegou na minha mão, pediu perdão. Ela falou ‘perdão, é culpa nossa. Nós somos os únicos responsáveis’, e saiu aos pratos de dentro da sala. Mas já era tarde, né?”, conta a jovem de 27 anos.
A Secretaria de Saúde foi questionada sobre a demora para a realização do parto, mas não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
Pelo menos outros três casos de mortes de crianças na rede pública de saúde foram registrados na capital no último mês. As famílias acusam negligência da equipe médica:
- JASMINY: Bebê de 1 mês morreu por falta de atendimento apropriado na UPA do Recanto das Emas, em 14 de abril
- ENZO GABRIEL: Menino de 1 ano morreu em 14 de maio, na Upa do Recanto das Emas, após esperar mais de 12 horas por uma ambulância
- ANNA JÚLIA: Menina de 8 anos morreu no dia 17 de maio após peregrinar por quatro unidades de Saúde
Demora no parto
Isadora Cristina de Sousa acusa negligência por morte de bebê após parto no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
À TV Globo, Isadora Cristina de Sousa, mãe da bebê, conta que, com 38 semanas de gestação, passou a ter picos de pressão alta e recebeu um encaminhamento da médica que a acompanhou durante o pré-natal para que ela fosse internada e fizesse uma cesárea.
“A médica que estava no plantão ao qual eu fui atendida falou que não era assim que funcionava, que tinha que esperar o bebê querer vir. Eu voltei para casa do dia 9 até sexta-feira, a última sexta-feira, quando resolveram me internar”, diz a mãe.
A jovem conta que, depois da internação, ficou mais de 24 horas tomando medicação para induzir o parto normal, mas não produziu nenhum efeito. Quando os médicos foram conferir os batimentos cardíacos do bebê, perceberam que o coração dela estava perdendo as forças.
A cesárea de emergência foi feita sábado (18) à noite. A bebê precisou ser reanimada diversas vezes e foi levada para a UTI, mas na manhã desta terça-feira (21), ela não resistiu e morreu.
“Minha bebê estava bem, ela tinha batimentos normais. Resolveram fazer essa cesárea só quando já não ouviram mais, quando já não tinha mais o que fazer, sendo que poderia ter sido feito antes”, afirma Isadora.
Agora, Isadora pede por justiça. “Não traz minha filha de volta, mas dá alguma esperança de que isso não vai mais acontecer com outras pessoas, com outros bebês, que outras pessoas não vão passar pela dor que eu estou passando”, aponta a mãe.