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Merenda vegana? Projeto aprovado por deputados prevê opção na rede pública do DF; entenda

Merenda em escola brasiliense — Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Por Raquel Lima, g1 DF

As refeições nas escolas públicas do Distrito Federal podem ter opções veganas para os alunos. Um projeto de lei aprovado na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa (CLDF) prevê que pelo menos uma opção vegana seja oferecida diariamente aos estudantes.

“Será de responsabilidade dos pais e responsáveis legais informar à instituição escolar sobre a escolha familiar pela alimentação vegana dos estudantes”, diz o texto.

 

Para se tornar lei, o PL nº 313/2023, do deputado Ricardo Vale (PT), ainda precisa ser aprovado pelo plenário da CLDF e sancionado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). O texto diz ainda que o teor nutricional da refeição deve ser semelhante ao das demais opções disponíveis para os alunos.

As refeições veganas contemplam mais alimentos vegetais e reduzem – por conta de saúde ou de princípios éticos, estruturais e morais que a pessoa possui – as proteínas de origem animal na alimentação.

Para o nutricionista Victor Madela, é importante ter a opção vegana na merenda escolar para incluir tanto as crianças quanto as famílias que têm essa linha de pensamento e estilo de vida.

“Essa opção é muito bem-vinda e importante para a inclusão de todos os tipos de linhas de pensamento com relação à alimentação. Além do que ela pode se bem encaixada na alimentação, sendo focada na melhora de saúde do indivíduo”, diz o nutricionista.

 

Mas o especialista alerta é preciso ter cuidado ao retirar por total a proteína animal da alimentação das crianças, principalmente na fase de crescimento. Segundo o nutricionista, quanto mais alimentos de origem vegetal estiverem presentes na alimentação mais saudável ela vai ser.

“Vai ser saudável se for bem estruturada por um profissional capacitado. Então, não é apenas a retirada da proteína animal que vai ser suficiente. Para retirar algo a gente sempre precisa repor com outro no lugar certo” , afirma Madela.

 

‘Novo olhar’

 

Merenda na escola pública do DF  — Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Merenda na escola pública do DF — Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Para o autor do projeto, deputado Ricardo Vale, a iniciativa lança um olhar especial a homens e mulheres que dedicam boa parte de suas vidas à causa animal. Além disso, a ideia seria melhorar a qualidade da alimentação nas escolas.

“As escolas vão oferecer um cardápio adequado nutricionalmente para os alunos […]. É uma demanda das famílias, sem impacto orçamentário, não há porque não atender”, diz o deputado.

 

Se aprovada a lei, caberá às escolas a criação de um cadastro interno para monitorar a quantidade de alunos que optarem pela alimentação vegana.

O que é a alimentação vegana?

 

veganismo é apenas um dos tipos de vegetarianismo. Embora existam divergências pontuais quanto ao número de, digamos, “categorias” de vegetarianismo (e quanto à nomenclatura de cada uma delas), o básico costuma ser consensual. A Sociedade Vegetariana Brasileira, por exemplo, lista estas seis variações:

  1. Ovolactovegetarianos – comem ovos, leite e laticínios.
  2. Lactovegetarianos – consomem leite e laticínios (mas não ovo).
  3. Ovovegetarianos – comem ovos (mas não consomem leite e laticínios).
  4. Vegetarianos estritos – não consomem nenhum produto de origem animal.
  5. Veganos – aqui não se trata apenas de comer; eles não usam nenhum tipo de produto/insumo de origem animal (vale, inclusive, para o que é testado em animais).
  6. Alimentação plant based – 100% vegetal (não inclui nenhum ingredientes de origem animal) e “prioriza os alimentos mais naturais e íntegros (também conhecida como whole food plant based diet)”.

 

Como é o cardápio de uma pessoa vegana?

 

As pessoas veganas podem comer, por exemplo:

  • Sementes (girassol, abóbora, gergelim, linhaça dourada, chia)
  • Oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, macadâmia)
  • Raízes e tubérculos (aipim, batata doce, inhame, cará, batata baroa)
  • Cereais integrais (arroz, trigo, aveia, centeio)
  • Leguminosas (feijões, grão de bico, ervilha, lentilha, quinoa)
  • Vegetais folhosos verdes (couve, alface, rúcula, agrião, espinafre)
  • Vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor, repolho)
  • Outros vegetais (cenoura, beterraba, pepino, cebola, alho, berinjela, abóbora, abobrinha, tomate usado tradicionalmente na salada)

 

Mas o veganismo não diz respeito apenas à alimentação. Além da comida, ele contempla vestuário, cosméticos e produtos de limpeza, por exemplo. Ele pode ser classificado como um modo de viver que busca excluir o consumo de produtos que possuem origem ou resíduo animal, além de evitar o fomento de atividades que estejam relacionadas à exploração de animais.

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