Durante as férias, aumentam os riscos; de engasgos a queimaduras, a recomendação é manter a supervisão de adultos dentro e fora de casa
Férias escolares são sinônimo de brincadeiras, de dormir até mais tarde e de passar mais tempo com a família. A distância das salas de aula também reflete no aumento dos riscos de acidentes tanto dentro quanto fora de casa. É essa a hora em que os cuidados com os pequenos devem ser redobrados.
A recomendação do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) é que as crianças não fiquem sem supervisão de adultos e, em caso de acidentes, a corporação ou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sejam acionados pelos telefones 193 ou 192, respectivamente.
De acordo com o militar, é recomendado atenção redobrada com relação aos produtos de limpeza, que devem ficar fora do alcance das crianças. Já na cozinha, sugere-se a retirada de objetos cortantes, produtos inflamáveis, químicos e medicamentos. Limitar o acesso aos banheiros também pode prevenir afogamentos e acidentes com os boxes de blindex.
Na hora de cozinhar, é essencial manter panelas e frigideiras com o cabo voltado para dentro do fogão, de preferência utilizando as bocas de trás. Além disso, é preciso ter cuidado ao manusear recipientes quentes no forno e, principalmente, no micro-ondas – que pode trazer uma falsa sensação de segurança.
Em apartamentos, é importante não deixar móveis próximos às janelas, para evitar que os pequenos tentem fazer “escaladas”. Também é recomendável usar redes de proteção instaladas por empresas credenciadas.
Queimaduras também podem ser prevenidas mantendo ferro de passar e equipamentos de alisamento de cabelo guardados e longe do alcance das crianças. É importante evitar a exposição prolongada aos raios solares, utilizando o protetor de hora em hora e evitando horários de pico (entre 10h e 15h).
“Onde for se hospedar, é preciso se atentar aos cursos d’água, respeitar as orientações do guarda-vida e não perder o pequeno de vista. Outra estratégia é combinar pontos de encontro”
Walmir Oliveira, major do CBMDF
Caso os familiares viajem durante o recesso escolar, os pais ou responsáveis devem inspecionar os locais por onde passarem. “Se for de carro, é importante tomar os devidos cuidados e fazer todo o percurso na cadeirinha para crianças. Onde for se hospedar, é preciso se atentar aos cursos d’água, respeitar as orientações do guarda-vida e não perder o pequeno de vista. Outra estratégia é combinar pontos de encontro”, detalhou o bombeiro.
Para quem gosta de brincadeiras na rua: cuidado com as pipas. A prática pode oferecer riscos de acidente se for em local inadequado, principalmente próximo às redes elétricas. No primeiro semestre do ano, a Neoenergia Brasília registrou 190 ocorrências relacionadas à brincadeira, um número 35% maior em comparação ao mesmo período de 2023, com 141 registros.
O perigo de empinar pipa em lugares indevidos se dá quando a linha enrosca em postes, transformadores e nos cabos elétricos, podendo provocar curtos-circuitos e causar a interrupção do fornecimento de energia. Caso a pipa fique presa em postes ou na fiação, as pessoas jamais devem tentar retirá-las. A empresa também destaca que é terminantemente proibido entrar em subestações de energia. O acesso a esses locais é restrito a pessoas autorizadas e extremamente perigoso.
“Jamais tente retirar uma pipa presa na rede elétrica. E nunca devem ser utilizadas as linhas chilenas ou com cerol, que podem danificar os fios, além de oferecer riscos à população, principalmente aos motociclistas”, defendeu a gerente de Saúde e Segurança da Neoenergia Brasília, Rosy Menezes.
Cuidados com energia elétrica
Não são apenas as pipas que merecem atenção redobrada durante as férias escolares. O ambiente doméstico também oferece riscos no uso da energia elétrica. Equipamentos eletroeletrônicos, como videogames e computadores, devem ser ligados ou desligados da tomada por um adulto, sempre utilizando o plugue e jamais puxando diretamente o fio.
Não é recomendado que as crianças utilizem aparelhos eletrônicos durante o carregamento
A fiação, inclusive, deve estar em perfeitas condições. Se o cabo apresentar algum desgaste no isolamento, o aparelho não deve ser conectado à tomada, caso contrário, pode provocar choque elétrico. O cuidado com o uso de tablets e smartphones deve ser maior, especialmente quando as baterias estiverem sendo carregadas via tomadas. Não é recomendado que as crianças utilizem esses aparelhos durante o carregamento.
Os pequenos devem ficar longe de tomadas, fios e aparelhos elétricos. No caso de tomadas, o ideal é utilizar protetores para que não sejam introduzidos objetos metálicos, um risco potencializado pela curiosidade natural das crianças. Em ambientes internos e áreas livres de condomínios, as pessoas devem ficar distantes de quadros de energia e subestações internas.
Socorro
O que fazer caso haja algum acidente? “O primeiro passo é o adulto identificar os sinais de gravidade, ou seja, verificar se a criança está consciente, respirando normalmente, se está com a cor normal ou pálida. Caso apresente algum desses quadros, o ideal é pedir socorro. No caso do Samu, pelo 192, enquanto a viatura está em deslocamento, um médico regulador fica em linha com o solicitante fornecendo eventuais orientações até que a equipe chegue ao local”, explicou a chefe do Núcleo de Educação em Urgências do Samu-DF, Carolina Cunha de Azevedo.
Em caso de acidentes envolvendo energia elétrica dentro de casa, a recomendação é desligar o disjuntor elétrico ou a chave geral e pedir socorro ao CBMDF ou ao Samu. Já as ocorrências com a rede de distribuição de energia devem ser comunicadas imediatamente à Neoenergia por meio do telefone 116.