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“O capitalismo não oferece horizontes. Agora é socialismo ou barbárie”, diz Alysson Mascaro

(Foto: Divulgação | Reuters)

Professor e filósofo evoca Rosa Luxemburgo e afirma ainda que a cena de Benjamin Netanyahu ovacionado pelo Império demonstra o colapso do sistema

 

 Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o professor e filósofo Alysson Mascaro fez uma análise contundente sobre o estado atual do capitalismo global, destacando a emblemática cena do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que está perpetrando o genocídio do povo palestino, sendo ovacionado pelo Senado estadunidense. “A cena de Netanyahu ovacionado pelo senado estadunidense foi ao mesmo tempo horrível e simbólica. Não foi um acaso”, afirmou Mascaro.

Para o filósofo, esse episódio ilustra de forma clara o impasse atual do capitalismo. “O Império não tergiversa e hoje se assenta sobre a violência. Todo capitalismo é uma violência porque a acumulação se faz por meio da exploração do trabalho. Todos os ciclos do capitalismo foram ancorados na violência, seja na escravidão, no colonialismo ou no imperialismo”, destacou.

Mascaro também relembrou a evolução histórica do capitalismo, enfatizando a hegemonia estadunidense pós-Segunda Guerra Mundial. “Depois da Segunda Guerra, o capitalismo passou a ter o comando estadunidense. Os Estados Unidos oferecem cada vez mais o porrete ao mundo – e não as cenouras. Não há mais promessa de desenvolvimento, só resta a ameaça.”

O filósofo critica a ausência de perspectivas positivas dentro do sistema capitalista atual. “O capitalismo tem um maquinário muito desenvolvido de servidão. Hoje, no mundo capitalista, a grande maioria da sociedade está em sofrimento psíquico”, observou, referindo-se à prevalência de doenças mentais e ao estresse generalizado na sociedade contemporânea.

Rosa Luxemburgo, uma figura emblemática do socialismo, foi citada por Mascaro para sublinhar a urgência de uma alternativa ao capitalismo. “Rosa Luxemburgo cunhou a frase ‘Socialismo ou barbárie’ porque ela se batia contra os reformistas. Os países que hoje se aguentam são aqueles que fizeram revoluções, como Rússia e China”, afirmou.

Em sua análise, Mascaro ainda alertou sobre as consequências da queda do Império estadunidense, especialmente para a América Latina. “A queda do Império será muito perigosa para seu quintal, ou seja, a América Latina.”

A entrevista de Alysson Mascaro lança luz sobre a crise profunda do capitalismo e a necessidade de uma transformação radical. Suas palavras ecoam o sentimento de Rosa Luxemburgo, apontando para uma encruzilhada histórica onde a humanidade deve escolher entre o socialismo e a barbárie.

Entenda quem foi Rosa Luxemburgo

Rosa Luxemburgo foi uma teórica marxista, filósofa, economista e revolucionária socialista polonesa-alemã, nascida em 5 de março de 1871 em Zamość, Polônia, e assassinada em 15 de janeiro de 1919 em Berlim, Alemanha. Figura central no movimento socialista europeu, ela foi fundamental na fundação da Liga Espartaquista, que se tornou o Partido Comunista da Alemanha (KPD).

Luxemburgo criticava o revisionismo no marxismo e defendia a revolução socialista. Estudou em Zurique, onde obteve doutorado em Direito e Economia Política, e se envolveu na política socialista. Era crítica tanto do revisionismo de Eduard Bernstein quanto do autoritarismo de Lenin, defendendo a democracia e a liberdade dentro do movimento socialista. Suas obras incluem “Reforma ou Revolução”, “A Acumulação do Capital” e “Greve de Massas, Partido e Sindicatos”.

Participou da Revolução Alemã de 1918-1919 e liderou a Revolta Espartaquista, sendo capturada e assassinada por forças paramilitares de direita. Luxemburgo é lembrada por sua coragem, intelecto e dedicação à causa socialista, influenciando o pensamento socialista até hoje.

A frase “Socialismo ou Barbárie”

Rosa Luxemburgo cunhou a frase “Socialismo ou Barbárie” para expressar sua crença de que a humanidade enfrentava uma escolha crucial entre duas possíveis trajetórias: a emancipação e justiça social através do socialismo ou o caos e destruição associados à barbárie capitalista.

Luxemburgo acreditava que o capitalismo, com suas crises cíclicas e exploração, levaria inevitavelmente a uma degradação social e econômica profunda, resultando em guerras, opressão e colapso da civilização. Para ela, a única alternativa viável para evitar esse destino sombrio seria a transformação da sociedade em uma baseada nos princípios socialistas de igualdade, justiça e controle democrático dos meios de produção.

Essa frase resumia sua visão de que a luta socialista não era apenas uma questão de melhorar as condições de vida, mas uma necessidade urgente para a sobrevivência da humanidade diante das ameaças geradas pelo sistema capitalista. Em resumo, “Socialismo ou Barbárie” encapsula a urgência e a seriedade de sua crítica ao capitalismo e sua defesa da revolução socialista como um imperativo histórico. Assista, abaixo, a entrevista de Alysson Mascaro:

 

 

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