Mortes evitáveis: diagnóstico tardio e falta de acesso a tratamento comprometem combate à doença
O câncer de próstata é uma das principais causas de morte por câncer entre os homens brasileiros. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022, foram registrados mais de 65 mil novos casos da doença no país. Embora o número de casos seja alto, o maior desafio está no diagnóstico tardio e na falta de acesso a tratamento adequado.
A falta de conscientização sobre a importância do exame preventivo é um dos principais obstáculos no combate ao câncer de próstata. Muitos homens ainda não realizam o exame de toque retal e o teste de antígeno prostático específico (PSA), que são fundamentais para o diagnóstico precoce. Além disso, a falta de acesso a serviços de saúde de qualidade em áreas rurais e periféricas compromete o tratamento eficaz da doença.
O INCA estima que cerca de 70% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados em estágios avançados, quando o tratamento é mais complexo e os resultados são menos eficazes. Isso reflete a necessidade de uma política pública mais efetiva para o combate à doença. “É fundamental investir em campanhas de conscientização e melhorar o acesso a serviços de saúde para reduzir a mortalidade por câncer de próstata”, afirma o dr. João Paulo Lima, oncologista do Hospital do Câncer de São Paulo.
Além disso, especialistas apontam a necessidade de investimentos em tecnologia e infraestrutura para melhorar o diagnóstico e tratamento da doença. “A utilização de tecnologias como a ressonância magnética e a biópsia líquida pode melhorar significativamente o diagnóstico precoce e o tratamento personalizado”, explica o dr. Ricardo Sanchez, urologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O governo federal tem implementado medidas para combater o câncer de próstata, incluindo a ampliação do acesso a exames preventivos e o treinamento de profissionais de saúde. No entanto, ainda há muito a ser feito para reduzir a mortalidade por essa doença.
Em resumo, o câncer de próstata é um desafio em saúde pública no Brasil que exige uma abordagem integrada e eficaz. A conscientização, o acesso a serviços de saúde de qualidade e o investimento em tecnologia são fundamentais para reduzir a mortalidade por essa doença e melhorar a qualidade de vida dos homens brasileiros.