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Na abertura do Foro de São Paulo, Lula diz que ser chamado de “comunista” é motivo de “orgulho”

Valter Campanato/Agência Brasil

Presidente brasileiro ainda pediu que esquerda sul-americana faça autocrítica sobre os erros cometidos nos últimos anos

Douglas PortoTiago Tortellada CNN

São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (29), durante a abertura do 26º Encontro do Foro de São Paulo, em Brasília, que é motivo de “orgulho” ser chamado de “comunista”. Para ele, seria uma ofensa ser nomeado como nazista, neofascista ou terrorista.

“Vocês sabem quantas vezes nós somos acusados. Vocês sabem quanta difamação e quantos ataques pejorativos se faz contra a esquerda na América do Sul. Nós não somos vistos pela extrema-direita fascista, nem do Brasil, nem do mundo, como organizações democráticas. Eles nos tratam como se nós fôssemos terroristas. Eles nos acusam de comunistas, como se nós ficássemos ofendidos com isso”, afirma Lula.

“Nós ficaríamos ofendidos se nos chamasse de nazista, neofascista, de terrorista. Mas, de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes. E, muitas vezes, nós sabemos que merecemos isso”, prossegue.

Conforme o chefe do Executivo brasileiro, o Foro de São Paulo, criado em 1990, foi a primeira experiência latino-americana em que a esquerda se juntou, sem tirar suas diferenças ou acabar com suas divergências, para disputar espaços políticos.

Na opinião de Lula, a América Latina e, principalmente, a América do Sul viveu seu melhor momento, em 500 anos, entre 2002 e 2010, com políticos de esquerda no poder.

“Foi a vitória na Argentina, no Chile, no Brasil, na Venezuela, no Equador. Foi a vitória, inclusive, de pessoas mais progressistas nos outros países que estiveram do nosso lado. Além da vitória do nosso companheiro [Hugo] Chávez na Venezuela. Nós vivemos um período de muita expansão, de conquista social e de participação política no nosso continente”, cita.

“Eu não creio que tenha havido um outro momento histórico em que a sociedade da América do Sul e da América Latina teve tantas conquistas e tantas políticas de inclusão social como tiverem nesse período de 2000 a 2010, 2012, até 2015, quando fizeram o impeachment da Dilma”, continua.

Entretanto, o presidente da República pediu uma autocrítica e reflexão da esquerda sul-americana sobre os erros cometidos nos últimos anos.

“Eu sei o quanto nós perdemos no nosso continente. Eu sei o quanto foi triste, sabe, a Argentina ter um presidente de direita há pouco tempo atrás. Eu sei o quanto foi triste a saída do Rafael Correa [ex-presidente do Equador]. Eu sei o quanto foi triste a direita chilena. Eu sei o quanto foi triste o golpe na Bolívia. Eu sei o quanto foi triste ter a companheira Dilma Rousseff impichada aqui nesse país”, manifesta Lula.

“E nós, ao invés de ficarmos lamentando, temos que tirar lições. Onde é que nós erramos? O que nós não conseguimos fazer? Por que aconteceu tal coisa conosco?”, questiona durante a reflexão.

“A gente não pode ficar a vida inteira criticando os outros. De vez em quanto, nós temos que olhar para dentro de nós e saber o que nós fizemos de errado, porque aconteceu aquilo. Por que que aconteceu o impeachment da Dilma? Foi só erro da extrema-direita ou nós temos erros enquanto partido político? De vez em quando, nós temos que pensar. Temos que meditar para conseguirmos evitar que novos erros atropelem a caminhada pela conquista da qualidade de vida do nosso povo”, finaliza.

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