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Entraves na educação, falta de anestesistas nos hospitais e Ibaneis no Senado: governadora em exercício do DF concede entrevista exclusiva ao g1

Governadora em exercício do DF Celina Leão, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução

Por Bruna Yamaguti, g1 DF

Em entrevista exclusiva para o g1 nesta sexta-feira (14), a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), fez um balanço do 1º semestre de governo ao lado de Ibaneis Rocha (MDB). Dentre os temas discutidos, Celina declarou que enfrenta dificuldades para gerir as secretarias de Educação e de Saúde.

Na educação, o GDF foi cobrado após problemas envolvendo falta de merenda escolar na rede pública. Segundo a governadora, uma servidora foi exonerada após o caso.

Celina afirma que a quantidade de alunos é o maior desafio para o governo. Já na Saúde, ela cita a falta de anestesistas na rede pública, o que “trava” a fila de cirurgias.

Quanto à expectativa para as próximas eleições, em 2026, a governadora afirmou que é “muito cedo” para falar em candidatura, mas sinalizou que seu parceiro de chapa, Ibaneis Rocha, pode se lançar ao Senado – e não descartou concorrer ao governo. Leia a entrevista completa:

Educação e Saúde

 

g1: Quais foram as pastas em que a senhora encontrou mais dificuldades no mandato até agora?

Celina Leão: Saúde e Educação são as pastas mais difíceis pelo tamanho e pelo número de pessoas que essas pastas atendem. E não é só um problema do Distrito Federal, é um problema do Brasil como um todo. Nós estamos vivendo um momento de pós-pandemia, então a saúde é um desafio pra nós. Nós reconhecemos e estamos trabalhando para melhorar a situação da saúde cada vez mais.

E com muita atenção também na área da educação. Há eventos que acontecem na ponta, que os alunos da comunidade escolar sempre reclamam. Nós não podemos negar os problemas que nós estamos enfrentando. Mas estamos enfrentando os problemas de frente, fazendo exonerações, abrindo PAD [Processo Administrativo Disciplinar] para responsabilização daquele que realmente deixou de cumprir o seu dever.

g1: Quais seriam esses problemas na educação?

Celina Leão: Nós temos um número grande de alunos que entraram na nossa república do ano passado pra esse ano. Nós tivemos mais de 8 mil novos alunos na rede pública. Então você tem que redimensionar toda a sua rede pública para absorver tudo isso. Nós temos um desafio enorme que é a criação de novas creches em construção, e estamos avançando com novas concessões.

g1: Na área da saúde, qual é a sua avaliação?

Celina Leão: Nós estamos enfrentando a falta de anestesistas. No último concurso público, nós chamamos 130 anestesistas, mas somente um tomou posse. Existia também uma resistência muito forte pelos órgãos de controle dessa contratação. Então o que acontece? As nossas cirurgias poderiam ter um número triplicado, mas nós não temos por conta de anestesista. Então nós estamos agora fazendo chamamento público para as cooperativas [de médicos anestesistas que serão remunerados de acordo com o número de procedimentos]. E que a gente possa abrir no mínimo 30 novas salas de cirurgia só com esse chamamento.

Avaliação do governo e expectativa para 2026

 

g1: Após o final do primeiro semestre do governo, que nota a senhora daria para o GDF?

Celina Leão: Olha, eu não me atreveria nem a dar nota pra nós. Eu acho que foi um momento de muita tensão, que ficamos com o governador afastado, e eu acho que a população entendeu o momento que nós vivíamos. Se você falar, em vez de nota, se estamos dando conta do recado, eu diria que sim. Porque nós tiramos a cidade da maior crise que ela viveu, que foi o dia 8 [de janeiro]. […] O governador Ibaneis retornou em nenhum momento pararam as obras, os programas ou os projetos.

Então, assim, eu acho que nós estamos avançando, porque nós fomos eleitos no primeiro turno e apesar de todas as dificuldades que nós passamos, o governo em nenhum momento parou. Eu acho que isso é uma vitória para nós.

g1: A senhora pretende se candidatar a governadora em 2026?

Celina Leão: Acho que é muito cedo para a gente falar de candidatura. O governador Ibaneis deve sair candidato ao senado. Isso é uma construção que pode acontecer de forma natural, mas é muito cedo pra falar de eleição. Eu acho que a população, quando escuta a gente falar de eleição sem a gente cuidar dos problemas do nosso dia a dia, ela acha até um pouco arrogante.

Nós vamos cuidar da cidade, eu e o governador Ibaneis, e realmente reconhecer aquilo que nós recebemos, que foi a nossa eleição no primeiro turno. Eu acho que nós só podemos recompensar a população trabalhando como a gente trabalha.

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