O antigo edifício do Caps ocupava o mesmo terreno onde hoje é erguida a nova sede. Com mais de 40 anos de uso, porém, a estrutura do prédio estava comprometida. “Foi preciso demolir, não dava para reformar”, afirma a major da PMDF Ana Koffler. “A construção atual será mais moderna, cercada de muito verde, com espaço para atividades ao ar livre”, explica. Enquanto não fica pronta, o efetivo do Caps está alojado no Centro Médico da PMDF.
A nova sede terá dois pavimentos, com 15 consultórios, sete salas de terapia, sala de enfermagem, sala de intervenção e crise, e farmácia. “A ideia da PMDF é fortalecer a oferta de serviços com efetivo próprio, para que a rede credenciada seja cada vez menos usada”, observa Ana. “Os profissionais da corporação conhecem de perto as peculiaridades da carreira, a rotina do policial militar, os fatores estressores a que ele está submetido e, por isso, podemos fornecer um serviço mais especializado”, ressalta.
De acordo com o soldado Leonardo Campos, engenheiro civil responsável pela obra, a construção está na fase da fundação. “Estamos escavando, injetando o concreto e instalando as armações que irão sustentar o prédio”, explica. “Finalizada esta etapa, vamos partir para a fase de locação”, diz. Cerca de 20 profissionais estão envolvidos no serviço.
Saúde mental em risco
Em janeiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.531/2023, que trata de ações relativas à prevenção de suicídio e automutilação de profissionais de segurança pública. Entre as estratégias primárias estão o estímulo ao convívio social, programas de conscientização, ciclos de palestras e campanhas, e capacitação para identificação de casos de risco.
Mas por que a saúde mental dos policiais militares é alvo de tantos cuidados? O estresse, o medo de perder a própria vida e a violência inerentes à atividade policial colocam esses profissionais em lugar de vulnerabilidade. Por mês, uma média de 1.690 beneficiários são atendidos pelo Caps, número que reflete bem a importância da unidade na promoção de assistência psicológica e psiquiátrica, com abordagens terapêuticas, holísticas e socioeducativas.
“Estamos falando de um profissional que anda armado, que precisa estar com o nível de vigilância sempre alto. Um indivíduo que precisa ter muito discernimento, além de saber lidar com as pessoas em situação de vulnerabilidade”, descreve a major Ana. “Um policial militar bem preparado, com a saúde mental em dia, consegue cumprir da melhor forma o seu papel de manter a ordem”, frisa.
Para resguardar o bem-estar emocional dos policiais militares, o Caps oferece uma série de serviços que vão desde bate-papos organizados semanalmente até acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Conheça mais sobre cada uma das atividades desenvolvidas pelo centro no quadro a seguir.