No município de Cotia, participantes de uma mobilização ocuparam a pista lateral da Rodovia Raposo Tavares. Integrantes do MTST também fizeram um ato em frente à sede da Enel
Moradores da cidade de São Paulo (SP) e da região metropolitana da capital paulista fizeram protestos nesta terça-feira (7) contra a falta de energia que deixou 2,1 milhões de pessoas sem luz. O serviço foi normalizado para 1,9 milhão de paulistas. Temporais atingiram o estado na última sexta-feira (3).
No município de Cotia, manifestantes ocuparam a pista lateral da Rodovia Raposo Tavares, na altura do km 32, no sentido interior, por volta das 15h30. A cidade tem vários bairros às escuras, como Jardim Nova Coimbra, Portão e Jardim Ísis. Na Avenida Giovanni Gronchi, na zona sul da capital paulista, moradores do Jardim Colombo colocaram fogo em objetos e interditaram a via nos dois sentidos, às 17h30.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) fizeram um protesto em frente à sede da concessionária Enel, no Morumbi, na zona oeste. Também houve protestos em Embu das Artes, na Grande São Paulo, e no Parque Santo Antônio, no Capão Redondo, na zona sul.
Empresa privada, a ENEL é responsável pelo fornecimento de energia em 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. A população demonstrou posições contrárias a privatizações. Na rede social X, antigo Twitter, políticos e jornalistas criticaram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ao comentar sobre o apagão, o governador disse nesta segunda (6) que “algumas medidas deixaram de ser tomadas ao longo do tempo”. “O contrato eventualmente não tem as servidões que deveria ter. A gente precisa olhar para trás para ver como estabelecer a normalidade o mais rápido possível e também olhar para frente para garantir que isso não aconteça novamente”, afirmou, após participar de um painel com governadores do BTG Pactual Macro Day.
Na avaliação de Tarcísio, o estado de São Paulo “não está preparado” para lidar com eventos climáticos extremos. “São Paulo acabou sofrendo com os efeitos da chuva. Isso mostra para a gente que a cidade não está preparada, que o Estado como um todo não está preparado para esses eventos climáticos extremos”, continuou.
Internautas lembraram que a Enel é privada e também criticaram uma possível privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O governador afirmou que o contrato de privatização da Sabesp, discutido na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) atualmente, é um modelo “absolutamente diferente” do da Enel. “Não é um contrato aberto, não é um contrato frouxo. É um contrato muito descritivo em termos de servidões”.