“A China interrompeu o financiamento de US$ 6,5 bilhões (R$ 31,6 bilhões) provenientes de uma linha de swap cambial para a Argentina, como parte de um acordo firmado entre o então presidente argentino Alberto Fernández e o presidente chinês Xi Jinping, em outubro de 2023. A informação foi divulgada pela agência norte-americana REDD Intelligence, citando fontes do governo argentino.
Essa decisão de Pequim, anunciada nesta terça-feira (19) pela agência, coincidiu com o início do mandato de Javier Milei como líder do país sul-americano. Durante sua campanha presidencial, Milei afirmou que romperia relações com países comunistas, incluindo a China.
Os fundos provenientes desse acordo foram utilizados para quitar uma parte da dívida, cerca de US$ 2,6 bilhões (aproximadamente R$ 13 bilhões), de um total de US$ 44 bilhões (aproximadamente R$ 220 bilhões) que a Argentina possui com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na semana passada, Milei mudou sua postura anticomunista e enviou uma carta a Xi Jinping, buscando a renovação do acordo de swap cambial com Pequim. O primeiro contato entre a chanceler argentina Diana Mondino e o enviado chinês Wu Weihua aconteceu durante a posse de Milei, em 10 de dezembro. Em novembro, Milei expressou gratidão pela carta de Xi Jinping parabenizando-o pela vitória.
Ofensiva contra Lula e o Brasil
Além disso, Milei precisou se retratar após comentários ofensivos direcionados ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, feitos durante sua campanha. O presidente eleito argentino chegou a rotular Lula como “corrupto” e “comunista”, anunciando que Buenos Aires não faria negócios com países por ele definidos como comunistas, incluindo o Brasil.
No entanto, alguns dias depois, Milei mudou de posição e afirmou que convidaria Lula para sua posse. Ele enviou a chanceler, Diana Mondino, a Brasília para convidar Lula para a cerimônia. Em resposta, o governo brasileiro enviou o chanceler Mauro Vieira para representar o presidente na ocasião.”
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