O tema ressurgiu após uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em 27 de maio
BRASIL (PEC) 3/2022
Uma proposta de emenda constitucional (PEC) em tramitação no Senado pode autorizar a transferência de terrenos litorâneos, atualmente sob domínio da União, para Estados, municípios e proprietários privados. O tema ressurgiu após uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em 27 de maio.
Para proprietários privados, a transferência seria mediante pagamento para aqueles registrados até a data de publicação da Emenda. Ocupantes não registrados há pelo menos cinco anos antes da publicação também poderiam obter a titularidade.
Defensores, como o senador Flávio Bolsonaro, afirmam que a PEC facilitará o registro fundiário e gerará empregos, argumentando que não há previsão de privatização das praias no texto. Bolsonaro ressalta que a motivação é um “sentimento municipalista”, destacando que prefeitos conhecem melhor a situação local.
O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), defende a proposta, afirmando que os municípios têm investido na gestão desses terrenos, mas sugere mais discussões devido às diferentes realidades municipais.
De acordo com a BBC, críticos também ressaltam a questão da defesa e segurança nacional, com a posse dos terrenos pela União relacionada à proteção contra ataques estrangeiros, um conceito instituído no tempo do Império. Flávio Bolsonaro, no entanto, argumenta que as necessidades de defesa mudaram com os avanços tecnológicos.
A PEC precisa do apoio de pelo menos três quintos dos senadores (49) para ser aprovada em plenário. Até o momento, não há previsão de votação. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu frear o projeto. Modificações no Senado fariam o texto retornar à Câmara.