A sessão ordinária desta quarta-feira (17) na Câmara Legislativa foi marcada por uma discussão sobre violência policial nas periferias do Distrito Federal. O deputado Max Maciel (PSOL) chamou a atenção dos colegas para o tema e revelou ter sido, ele próprio, vítima de abusos de policiais no passado.
“Temos que pedir desculpas às famílias por alguns policiais que usam a instituição para cometer abusos. Eu era uma criança de sete anos de idade quando fiquei sob a mira de uma arma e fui obrigado a correr num beco enquanto era chamado de vagabundo por policiais. Em outra ocasião, quando estava voltando da escola, tive que jogar todo o conteúdo da minha mochila no chão e ainda levei um tapa na cara. Essa polícia não me representa. Polícia se faz com cidadania. Não é papel da segurança pública violentar os corpos pretos nas ruas. Está na hora de publicizar nas delegacias como denunciar abusos”, defendeu.
O deputado Wellington Luiz (MDB), presidente da Câmara Legislativa e ex-policial civil, concordou com o colega ao condenar os maus policiais, mas fez uma defesa da instituição. “Sou filho de pobre, negro, e fiz parte da instituição por mais de 20 anos. Temos na Polícia Civil uma das corregedorias mais rigorosas que existem. Não podemos admitir que alguns que não honram a farda sejam confundidos com policiais”, afirmou.
Ex-policial militar, o deputado Hermeto (MDB) também foi à tribuna para defender as forças de segurança do DF. “Os nossos policiais são preparados e comprometidos, são pessoas que respeitam as minorias. Todos são formados em direitos humanos. A Polícia Militar está acima das condutas individuais e a corregedoria atua constantemente contra os desvios”, assegurou.
Eder Wen – Agência CLDF