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Shein busca autorização da China para realizar IPO nos Estados Unidos

Um logotipo da Shein é retratado no escritório da empresa no distrito comercial central de Cingapura, em 18 de outubro de 2022. (Foto: REUTERS/Chen Lin)

Empresa de moda pode se tornar uma das marcas mais valiosas do mundo

Reuters – A gigante chinesa da moda, Shein, está aguardando aprovação de Pequim para prosseguir com seu planejado IPO (Oferta Pública Inicial) nos Estados Unidos, conforme revelaram duas fontes não identificadas familiarizadas com o assunto. Apesar de ter transferido sua sede de Nanjing para Cingapura em 2022, a Shein apresentou seu IPO nos Estados Unidos ao regulador chinês em novembro, potencialmente complicando seus planos de listagem. A ação ocorre em meio à oposição política nos Estados Unidos, com um grupo bipartidário de legisladores instando a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) a bloquear o IPO da Shein até que a empresa verifique que não utiliza trabalho forçado.

A Shein, avaliada em $66 bilhões em uma rodada de captação de recursos em maio, opera globalmente, vendendo itens de moda acessíveis em mais de 150 países. A empresa apresentou confidencialmente o IPO à SEC em novembro, e até agora, a SEC não respondeu à apresentação, afirmou uma das fontes. A apresentação da Shein à Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) para o IPO nos EUA a submete às novas regras de listagem de Pequim para empresas chinesas indo a público no exterior. Sob essas regras, várias autoridades, incluindo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e o regulador de cibersegurança, podem estar envolvidas na aprovação de pedidos de IPO no exterior, potencialmente aumentando a incerteza.

Apesar de transferir sua sede para Cingapura, a Shein permanece sujeita às regras de listagem chinesas devido à sua dependência de cerca de 5.400 fabricantes terceirizados, principalmente na China. As regras da CSRC são aplicadas com base em fatores como receita operacional, lucro, ativos totais e ativos líquidos gerados na China continental, bem como a localização das atividades comerciais e da alta administração. Vale destacar que a Shein não possui nem opera instalações de fabricação, tornando-a sujeita às regras de listagem da CSRC, de acordo com uma das fontes.

O IPO da Shein enfrenta desafios adicionais, já que um relatório da Bloomberg de 2022 vinculou as roupas da empresa ao algodão da região de Xinjiang, na China, onde persistem alegações de trabalho forçado e internamento da minoria étnica Uigur. Em resposta, a Shein afirmou “tolerância zero” ao trabalho forçado e afirmou que os fornecedores devem aderir a um rigoroso código de conduta alinhado às convenções da Organização Internacional do Trabalho. Legisladores dos EUA estão instando a SEC a exigir uma auditoria independente para verificar a não utilização de trabalho forçado Uigur pela Shein. Embora a SEC não possa bloquear IPOs com base em supostas violações de direitos humanos, ela pode exigir que as empresas divulguem informações sobre suas cadeias de suprimentos.

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