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“Ambientes Escolares Seguros: Desvendando o Mundo do Bullying”

É fundamental estar atento! O isolamento social, a ansiedade ao frequentar a escola, a depressão são sinais potenciais de bullying.

 

O mês de fevereiro marca o reinício das aulas em todo o país. Para alguns, esse retorno é aguardado com entusiasmo, mas para outros, pode representar momentos de grande angústia e depressão. Pais e educadores devem ficar atentos a sinais como ansiedade, crises de pânico, isolamento social, depressão, automutilação e até tentativas de suicídio em crianças e adolescentes, pois esses são indicativos essenciais de possíveis casos de bullying e cyberbullying.

As instituições de ensino devem criar um ambiente seguro e inclusivo, onde os alunos se sintam à vontade para relatar episódios de bullying ou cyberbullying. Isso possibilita a tomada de medidas imediatas, mantendo sempre uma comunicação aberta com os pais, o que é crucial em todo o processo, além de proporcionar conforto emocional às vítimas.

Muitas vezes, o bullying e o cyberbullying ocorrem disfarçados de brincadeiras, mas é crucial compreender que, se causam sofrimento ou vergonha, não são meramente inofensivos. Douglas Gonzalez, coordenador de advocacy e relações institucionais do ChildFund Brasil, destaca que práticas como dar apelidos ou fazer brincadeiras depreciativas com base em características étnicas, religiosas, físicas, orientação sexual ou classe social agora são consideradas crimes, não sendo mais toleradas como simples brincadeiras inocentes.

Em janeiro, a Lei 14.811/2024 foi sancionada, incluindo os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal, fortalecendo a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente. Essa legislação também classifica como crimes hediondos o induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, a automutilação via internet, o sequestro e cárcere privado de menores de 18 anos, e o tráfico de crianças e adolescentes. Esses crimes não permitem fiança, indulto ou liberdade provisória, promovendo uma resposta mais efetiva contra abusos direcionados a crianças e adolescentes.

 

Gonzalez ressalta a mudança significativa na legislação, destacando o compromisso do ChildFund com a proteção da infância e a prevenção da violência contra crianças e adolescentes. Ele enfatiza que muitos casos de bullying e cyberbullying derivam de preconceitos, criando uma diferenciação depreciativa entre crianças com pertences diversos, intensificando sentimentos de não pertencimento e inferioridade.

Um estudo do IBGE revela que cerca de 40% dos estudantes admitiram ter sofrido bullying na escola, sendo 24,1% dos alunos que afirmaram sentir que a “vida não vale a pena” após serem vítimas desses atos. Gonzalez alerta que o problema do bullying é agravado em estruturas familiares precárias, sem apoio emocional adequado, podendo resultar em sequelas psicoemocionais graves.

Diferença entre bullying e cyberbullying:

O bullying caracteriza-se por ameaças, agressões ou intimidações recorrentes, ocorrendo principalmente no ambiente escolar. Por outro lado, o cyberbullying ocorre via internet, abrangendo jogos online, redes sociais, WhatsApp, e-mails ou outros meios que possam ridicularizar, difamar, excluir, cancelar, assediar, perseguir e/ou intimidar a vítima.

Como proteger crianças e adolescentes:

O diálogo é o primeiro passo. Pais e responsáveis devem conversar com as crianças ou adolescentes, ou procurar a escola para entender qualquer mudança repentina de comportamento. Sintomas comuns incluem falta de apetite, alterações no sono, mudanças de humor, isolamento social, queda no desempenho escolar, aversão à escola e evitação de dispositivos eletrônicos.

Mauricio Cunha, diretor de país do ChildFund Brasil, destaca a importância de estar atento a mudanças de comportamento causadas por bullying, seja no mundo real ou virtual. Ele enfatiza que o diálogo em um ambiente seguro, sem vitimização, julgamento ou menosprezo, é essencial para prevenir traumas que podem persistir na vida adulta.

Identificar o bullying pode ser desafiador, mas alguns sinais comuns incluem mudanças repentinas no comportamento, queda no desempenho escolar, queixas de dores físicas sem causa aparente, dificuldades para dormir, evitação de lugares ou pessoas, comportamento negativo nas redes sociais, entre outros. Caso haja suspeita de bullying ou cyberbullying, é crucial abordar a situação com empatia e procurar ajuda de profissionais e autoridades escolares.

Sobre o ChildFund Brasil:

O ChildFund Brasil atua na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, buscando garantir que esses direitos sejam respeitados para que alcancem seu pleno potencial. Fundada no Brasil em 1966, a organização faz parte da rede internacional associada ao ChildFund International, presente em 23 países, impactando positivamente a vida de 16,2 milhões de crianças e suas famílias. Reconhecida como a melhor ONG de assistência social em 2022 e a melhor para crianças e adolescentes em três anos consecutivos (2018, 2019 e 2021), além de figurar entre as 100 melhores por seis anos seguidos pelo Prêmio Melhores ONGs.

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