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Covid-19: pesquisadores alertam para possibilidade de nova onda da doença

fev 18, 2024
Imagem do vírus da Covid-19 — Foto: Peter Linforth/Pixabay

Por Brenda Ortiz, g1 DF

Na última quinta-feira (15), o Distrito Federal registrou a primeira morte por Covid-19 em 2024. A vítima, uma mulher com idade entre 30 e 39 anos, sem comorbidades, morava na região de Santa Maria e, conforme a Secretaria de Saúde do DF, não tinha tomado todas as doses da vacina.

A pasta também apontou um aumento de 102,1% nos casos de Covid em uma semana: as notificações subiram de 828 novos casos para 1.673 novos casos da doença. Segundo pesquisadores, esses números e o óbito alertam para uma possível nova onda do doença ⚠️.

g1 conversou com o pesquisador do Núcleo de Altos Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento, da Universidade de Brasília Tarcísio Rocha Filho. Ele faz parte de um grupo de pesquisadores da UnB, da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) que acompanham os casos de Covid-19 no Brasil desde 2020.

Para o pesquisador, o vírus nunca deixou de circular na população, e há uma nova onda em curso. Mesmo que menos intensa do que a vivida entre 2020 e 2022, ela preocupa, principalmente com o período de volta às aulas (leia a entrevista abaixo).

g1: É possível dizer que a Covid-19 voltou?

Tarcísio Rocha Filho: Na verdade, o vírus SARS-CoV-2 nunca deixou de circular na população, embora em muito menor intensidade do que no auge da pandemia. Isso permite que o vírus mude, e que novas variantes apareçam, que são mais contagiosas. No Brasil ocorreram cerca de 12 mil mortes ao longo do último ano e 862 no último mês. O número oficial de casos, que sempre é bastante subestimado, foi de 1,5 milhão em todo o país em um ano, sendo 150 mil no último. Há uma nova onda em curso, de baixa intensidade, mas em diferentes estágios segundo o local.

g1: Quais são as possíveis causas dessa nova onda de Covid-19?

Tarcísio Rocha Filho: Novas ondas são causadas pela aparição de novas variantes que conseguem, de alguma forma, driblar a imunidade adquirida ao ter a doença ou pela vacinação.

g1: As férias e o carnaval podem ter aumentado as chances de contágio?

Tarcísio Rocha Filho: Períodos de férias facilitam o deslocamento de pessoas entre cidades, e portanto uma mais rápida circulação de novas variante por todo o território. Já o carnaval causa grandes aglomerações em um curto período de tempo, o que também facilita a transmissão do vírus entre as pessoas.

g1: E quando a população poderá sentir, com relação ao número de casos, o efeito desse tempo de ‘descuido’?

Tarcísio Rocha Filho: O tempo de incubação do vírus é em torno de cinco dias. Mas, o que se espera, é uma onda de baixa intensidade quando comparada com o que ocorreu entre 2020 e 2022.

g1: A volta as aulas é uma preocupação nesse momento?

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