O MINA se juntará ao legado do mestre da arquitetura modernista brasileira, Oscar Niemeyer, uma vez que o projeto possui um museu desenhado pelas mãos do artista.
Como parte das comemorações em torno do Dia Mundial da Água, comemorado no próximo dia 22 de março, a Adasa apresentou o projeto do Memorial Internacional da Água – MINA durante o evento Conexão Brasília Museu Aberto, realizado na terça-feira (12), na embaixada de Portugal. Os detalhes do complexo arquitetônico, que colocará Brasília na vanguarda das discussões globais sobre os recursos hídricos, foram expostos pelo diretor-presidente da Adasa, Raimundo Ribeiro, e pelo coordenador do projeto e diretor da Agência, Rogério Rosso.
Após a apresentação do MINA, o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, falou sobre a relevância da iniciativa coordenada pela Adasa com o apoio do Governo do Distrito Federal e da Caesb. “Vai ser mais do que uma jóia arquitetônica para o Brasil. Vai se constituir um centro internacional de pesquisa sobre a água, que é um dos temas mais importantes da nossa época”, ressaltou.
Além de assumir um papel estratégico e disseminador de informações e discussões nacionais e internacionais acerca da urgente necessidade da adoção de práticas responsáveis de uso da água, por meio aprendizado, reflexões e exposições promovidas no seu interior, o MINA se juntará ao legado do mestre da arquitetura modernista brasileira, Oscar Niemeyer, uma vez que o projeto possui um museu desenhado pelas mãos do artista.
Para o diretor-presidente da Adasa, Raimundo Ribeiro, o lançamento do MINA não poderia ser realizado em outro lugar. “A embaixada de Portugal é nossa pátria mãe”. “Hoje tivemos a oportunidade de ver como Brasília – da utopia à capital – chega em todos os lugares do mundo. Nosso objetivo é disseminar mundialmente a discussão sobre a água por se tratar de um bem vital para a humanidade. O Brasil, por deter 12% da água doce disponível no planeta, não poderia deixar de oferecer uma alternativa, que é um palco internacional para todos aqueles que querem propor discussões e estudos sobre o tema”, esclareceu.
Rogério Rosso explicou o porquê do MINA ser erguido em Brasília e premissas do projetos. “Tivemos a felicidade de resgatar um projeto do Niemeyer feito há décadas que vem consolidar o papel do Brasil na questão hídrica, mas também envolver a comunidade internacional. A premissa é que os nossos parceiros, aqueles que entendem a importância do MINA para o mundo, serão na verdade os grandes fundadores no ponto de vista da sua criação e participação no dia a dia do memorial, através de exposições, apresentações e cursos de alto nível”, pontuou.
Um dos momentos mais esperados do evento foi o lançamento da maquete do MINA, elaborada pelo maquetista Gilberto Antunes, que trabalhou durante 50 anos com Niemeyer. As miniaturas dos quatro núcleos principais do MINA: o Museu da Água, o Centro de Estudos da Água, o Anfiteatro e os prédios administrativos foram feitas com papel cartão e acrílico pintados.
“Foi gratificante criar esta maquete, um projeto grandioso que conhecia desde a época do Oscar. São mais de 400 maquetes e meio século ao lado dele, cujo ritmo de trabalho era excepcional. A maquete do museu é impressionante, ela mistura traços tradicionais e inovadores do Niemeyer”, destacou.
Para o diretor Félix Palazzo a maquete mostra o que está por vir “É um projeto fantástico que a Adasa assume com essa grande responsabilidade e com o sentimento de dever para entregar não só para a cidade de Brasília, mas para o mundo. Será um espaço privilegiado para o debate das questões dos recursos hídricos, de como preservar a água para as gerações futuras” .
A obra foi elogiada pelo secretário de Cultura, Cláudio Abrantes, que acredita que o MINA dá seguimento ao legado encontrado em Brasília . “A cidade é famosa por seus monumentos imponentes e icônicos, e agora busca atrair visitantes para discutir questões hídricas e admirar a arquitetura de Niemeyer, simbolizando a importância da água para a vida. O MINA dá continuidade a esse DNA de Brasília” .
Para o professor emérito da UnB, José Carlos Coitinho a iniciativa de uma entidade dedicada à temática água é muito oportuna. “É uma bela iniciativa respaldada por um projeto magnífico que traz a forma inconfundível de Niemeyer. Vivemos num momento onde o globo está enfrentando uma crise hidrográfica e energética, nos tranquiliza saber que tem pessoas pensando nesses debates”.
O evento Conexão Brasília Museu Aberto é realizado pela curadora Danielle Athayde. A primeira edição deste ano contou ainda com uma homenagem ao ex presidente José Sarney pela sua contribuição decisiva na criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP (homenagem entregue ao escritor e jornalista Pedro Rogério Moreira); a exibição do Mini Documentário “Brasília – da utopia à Capital”, curta que apresenta o projeto cultural que já promoveu a capital do Brasil nos 11 países por onde passou, impactando um público de mais de 350 mil pessoas; e uma inovadora projeção ao ar livre que transformou a fachada do icônico edifício da embaixada de Portugal em uma tela.
A lista diplomática do evento contou com representantes da Espanha, Luxemburgo, Índia, Angola, Guiné Bissau, África do Sul, Países Baixos, Cabo Verde, Uruguai, Bélgica, Colômbia e República Ganesa.
Também participaram da solenidade autoridades, acadêmicos, especialistas e artistas plásticos. Entre os presentes, estavam os diretores da Adasa Vinícius Benevides e Félix Palazzo, o secretário de Relações Internacionais do DF (SERINTER), Paco Britto, o secretário de Estado de Turismo do Distrito Federal (SETUR), Cristiano Araújo, o secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), Claudio Abrantes, o secretário de Obras do DF, Luciano Oliveira, o diretor-presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) Fernando Leite, o escritor e jornalista Pedro Rogério Moreira, o ouvidor da Adasa, Robinson Cardoso, os assessores do gabinete da Agência, Reginaldo Miguel e Maria Alitta Guimarães e os superintendentes Élen dos Santos, Hudson Oliveira e Rafael Machado.