Policial prestou 96 horas de serviço à comunidade após ser condenado a 4 meses. Ele é um dos suspeitos de torturar soldado em curso da PMDF
No processo, o homem informou que reconheceu Ulbrich quando ele deu entrevista a um programa de televisão.
O capitão foi condenado a quatro meses de prisão em regime aberto. A Justiça, porém, converteu a pena para prestação de 96 horas de serviço comunitário no Batalhão do Riacho Fundo.
Procurado, o atual advogado do capitão informou que não atuou no caso e que não tem mais informações. A reportagem também entrou em contato com o defensor desse caso específico, mas não teve resposta. O espaço segue aberto.
Em nota, a PMDF informou que “houve a suspensão condicional da pena, e essa situação não impõe nenhum impedimento legal para que o militar continue exercendo regularmente as funções inerentes ao posto de capitão da Polícia Militar”.
Nas redes sociais, Ulbrich se identifica como instrutor de tiro de armamento e tiro da Polícia Militar. Ele também publica postagens de incentivo a quem quer ser um policial militar e destaca as “injustiças” sofridas pelos militares diante da Justiça.
Ele também faz publicações exaltando o uso de armas e valorizando o trabalho da polícia nas ruas.
Absolvido por extorsão
Ulbrich também já esteve atrás das grades em 2018, quando foi acusado de extorsão e abuso de poder contra traficantes que eram investigados pela Operação Torre de Babel, da Polícia Civil (PCDF). Foram encontradas armas e munições de uso permitido e restrito na casa de Reniery.
O dono do carregamento seria Antonio César Campanaro, conhecido como Toninho do Pó. O traficante disse aos investigadores que, antes de ser preso, foi mantido em cárcere privado pelos militares, que extorquiram dinheiro dele.
Em depoimento aos investigadores da Divisão Especial de Repressão à Corrupção (Decor/Cecor), ele contou que o carregamento aprendido de maconha seria de aproximadamente 500 kg, mais que o dobro do que foi entregue pelos PMs na delegacia.
Esse episódio marcou o então tenente Ulbrich. Em um podcast de novembro de 2023, ele falou sobre esse período. “Em um dia você dorme como um policial produtivo e no outro acorda como um torturador”, disse.
Procurada, a PMDF informou que “o Ministério Público promoveu o arquivamento por falta de justa causa, e o capitão Reniery Santa Rosa Ulbrich foi sumariamente absolvido pelo Poder Judiciário”.
Contrato
O oficial foi designado como presidente de uma comissão formada para fiscalizar contrato celebrado entre a Polícia Militar do Distrito Federal e a Protecop SAS, para a aquisição de 2 mil coletes balísticos, no valor total de R$ 3 milhões. A informação consta no Diário Oficial do DF de 8 de novembro de 2023.
A defesa do capitão afirmou que a comissão é formada por três oficiais, “de modo que nenhuma decisão é tomada isoladamente, mas sempre em conjunto”.
“Ainda assim, necessário se faz ressaltar que não existe nenhuma ordem judicial e/ou administrativa impedindo o o referido oficial de atuar em uma ou outra função, estando ele, portanto, apto a realizar qualquer função compatível com sua patente e qualificação dentro da PMDF”, acrescenta a nota.
Soldado agredido
O capitão Ulbrich e mais 13 policiais foram presos por suspeita de torturar um colega de farda em um curso de formação de Patrulhamento Tático Móvel da PMDF.
Ferimentos nas mãos de Danilo Material cedido ao Metrópoles
![Imagem colorida de um homem com o corpo machucado - Metrópoles](https://fly.metropoles.cloud/upload/q_85,w_600/https://uploads.metropoles.cloud/wp-content/uploads/2024/04/29105218/Foto-soldado-torturado-em-curso-de-foramcao-da-pm-4.jpeg)
Hematoma nas nádegas do militar Material cedido ao Metrópoles
Militar fazia curso para tentar entrar no Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Material cedido ao Metrópoles
![Imagem colorida de um homem com o corpo machucado - Metrópoles](https://fly.metropoles.cloud/upload/q_85,w_600/https://uploads.metropoles.cloud/wp-content/uploads/2024/04/29105213/Foto-soldado-torturado-em-curso-de-foramcao-da-pm-3.jpeg)
Roupas usadas por Danilo no treinamento Material cedido ao Metrópoles
Os militares teriam xingado e jogado gás lacrimogênio nos olhos do soldado Danilo Martins, 34, com o objetivo de que ele desistisse do curso de formação. O soldado teve quadro de rabdomiólise grave, que é quando a fibra muscular rompe e ela solta uma toxina que intoxica o rim e causa insuficiência renal.
Danilo ficou seis dias no hospital, sendo quatro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).