Proposta foi concebida pela Abert, associação comandada pela Globo, e vai contra a promessa do governo Lula de democratização da mídia
Além disso, para facilitar sua aprovação, o texto propõe a inclusão de “sermões” e pregações religiosas no escopo das obras protegidas por direitos autorais, e busca regular a transparência dos anúncios veiculados em plataformas digitais durante os períodos eleitorais.
O projeto atual, que transfere recursos da publicidade digital para as empresas de jornalismo, vai contra a lógica do modelo atual, em que as empresas de comunicação são remuneradas pela publicidade digital, a partir da audiência que alcançam, e não a partir de acordos construídos com base em seu poder de influência e barganha na sociedade.
A dúvida é o apoio do PT – O jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, participou do Bom Dia 247 deste domingo e criticou duramente a política de comunicação do governo Lula, em razão sobretudo das concessões que estão sendo feitas à Globo, principal grupo da mídia corporativa. “O governo Lula não está sabendo lidar com o tema da comunicação e está repetindo os erros do passado”, disse ele.
Segundo Altman, o governo espera neutralizar o peso político da mídia corporativa através de concessões. “Estão construindo uma política de apaziguamento a partir de benesses, como se acreditassem que o jacaré não vai morder por estar sendo alimentado. É uma ilusão”, afirma.
Breno Altman lembrou que o próprio presidente Lula reconheceu várias vezes que um de seus erros foi não ter feito a democratização da comunicação. Em seguida, ele criticou o eventual apoio do PT ao projeto de lei 2370, conhecido no mercado como PL da Globo, que transfere recursos da publicidade digital para a velha mídia. “O poder de barganha dos grandes monopólios é muito maior e eles tendem a ser favorecidos”, disse ele.