Vigilante do Hospital de Base ameaça entregador de aplicativo.
Um vigilante do Hospital de Base de Brasília ameaçou dar um tiro em um motociclista entregador de comida por aplicativo na noite de quinta-feira (18). As imagens, gravadas pelo entregador, mostram o segurança falando para o motociclista sair do estacionamento do hospital público (veja vídeo acima).
“Bora, senão você vai levar um tiro”, diz o segurança.
Em nota, a empresa de segurança que presta serviços para o hospital disse que afastou o funcionário do trabalho e que abriu uma sindicância (leia mais abaixo). O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), que administra o Hospital de Base, afirmou que a conduta excessiva por parte do segurança terceirizado não condiz com o protocolo de atuação do instituto e do hospital (leia nota abaixo).
O Sindicato dos Vigilantes disse que o entregador entrou com a moto por uma passagem de pedestres e que o vídeo foi editado (veja abaixo). O g1 não conseguiu falar com o vigilante.
No vídeo, o vigilante olhava fixamente para o entregador, que estava reclamando da abordagem, sem descer da moto. O entregador disse que o homem chutou a motocicleta e que ele precisava “ir para a reciclagem”.
O vigilante, então, deu um tapa no motociclista, sacou a arma e a apontou para baixo. Em seguida, ele ameaçou o entregador e o mandou ir embora, caso contrário, levaria um tiro.
A TV Globo apurou que o motociclista foi embora e não voltou para fazer a entrega de comida para o cliente que fez o pedido. O Hospital de Base não se manifestou até a publicação desta reportagem.
O que diz a empresa de segurança
“A empresa Visan assim que tomou conhecimento da ocorrência afastou o vigilante das suas atividades e abriu sindicância interna para apurar os fatos.
Nessa sindicância iremos apurar o que aconteceu antes, durante e após o vídeo divulgado, através do sistema de CFTV do hospital de Base e relato das testemunhas que estavam presentes.
Embora o vídeo apresente uma ação desproporcional, só poderemos afirmar se houve ou não após conclusão da sindicância, onde ratificamos que caso constatado a nossa empresa tomará as medidas cabíveis seguindo a legislação vigente.
A empresa Visan ao longo dos 20 anos de serviço prestado sempre foi reconhecida pela sua excelência na prestação de serviços. Os nossos profissionais passam por diversos treinamentos com foco na segurança preventiva e uso proporcional de uso da força.”
O que diz o Sindicato dos Vigilantes
“A direção do Sindicato dos vigilantes repudia a atitude do motoqueiro que, por volta de 20h30 um motoboy adentrou o Hospital de Base por uma passagem de pedestre e quando foi alertado pelos vigilantes passou a filmar e a fazer comentários contra a dignidade dos trabalhadores, que precisaram usar de todo rigor para garantir a segurança do local.
Depois o motoboy editou os vídeos que gravou, com partes que lhe interessavam e fugiam do contexto do ocorrido verdadeiramente e publicou nas redes sociais.
A direção do Sindicato está tomando todos as providências para garantir a lisura com que os vigilantes agiram, cumprindo estritamente o que deve ser feito em ocorridos como esses.”
O que diz o IgesDF
“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) esclarece que, embora o episódio exigisse uma abordagem da vigilância, a conduta excessiva por parte do segurança terceirizado do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) não faz parte do nosso protocolo de atuação. O fato ocorreu na noite de quinta-feira (18), após o motoqueiro entrar no Hospital pilotando sua moto pela passagem de pedestres, ameaçando assim a integridade dos usuários ali presentes e não atender aos reiterados pedidos para que utilizasse a entrada correta, onde é realizada a identificação e registros de acesso necessários.
O IgesDF já tomou todas as medidas para que casos semelhantes não se repitam. Além disso, requisitamos à empresa terceirizada que ofereça medidas educativas para seus colaboradores. Esclarecemos ainda que são exigidos constantemente cursos de reciclagem e treinamento de todos os profissionais que prestam serviços ao Instituto.
Informamos que os principais pontos de acessos de nossas unidades dispõem de vigilantes armados, no intuito de garantir a segurança dos usuários e colaboradores.
O IgesDF reitera ainda que repudia qualquer ato de violência e lamenta o ocorrido.”